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Assoreado, o Lago Paranoá desaparece um pouco a cada dia

02 MAI 2011

  Vinicius Sassine

O abastecimento de água em Brasília dependerá de um lago que sofre um avançado processo de assoreamento, com expressiva diminuição de tamanho das extremidades. O Lago Paranoá será a nova fonte de abastecimento da cidade, como planeja o Governo do Distrito Federal (GDF), uma alternativa às barragens de Santa Maria e do Torto e à área de proteção ambiental (APA) do Rio Descoberto, atuais fornecedores. O lago e os córregos tributários que o mantêm vivo passam por um intenso processo de degradação. A disputa por água também é uma realidade às margens desses córregos.

A do Córrego Bananal, um dos principais fornecedores de água ao Lago Paranoá, é entrecortada por chácaras. Somente nesse núcleo rural, há 20 propriedades. Algumas pessoas vivem ali desde a década de 1980, praticamente ao lado do córrego, cuja mata ciliar foi retirada em sua quase totalidade. Há trechos do córrego muito rasos, uma mostra do assoreamento no curso d’água. Numerosos bancos de areia compõem a paisagem. Os proprietários de chácaras mais sofisticadas empurraram ocupantes mais pobres para barracos instalados à margem do córrego. Todos estão em situação irregular.

Bancos de areia
No Lago Sul, em Brasília, trechos do Paranoá praticamente desapareceram. Durante a seca, restam apenas bancos de areia. A causa desse assoreamento tão intenso, além da expansão imobiliária, está localizada num dos córregos mais importantes para o Paranoá: o Riacho Fundo. “Quando não chove, isso aqui é só areia e terra. O riacho vira um filete d’água”, conta o funcionário da Novacap Luciano Ferreira da Silva, 38 anos. Ele trabalha à margem do riacho, numa estação que capta água do córrego e a bombeia para um canteiro na entrada do aeroporto internacional de Brasília.

O Riacho Fundo carrega areia, lixo e entulho para o Paranoá. Em alguns pontos, fica bastante estreito, mesmo em período chuvoso. Margens assoreadas são notadas nos pontos mais urbanos do córrego. “Da água que as bombas captam aqui, é preciso retirar toda a terra e areia que chegam junto. No período seco, é possível caminhar por ele todinho sem afundar”, diz Luciano.

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