A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, viu avanços na divulgação do ‘Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil – Informe 2011′, apesar de o relato apresentar mais de 100 rios em condições ruins ou péssimas. “Há áreas sensíveis, em geral nas maiores regiões urbanas, mas também há áreas em que tivemos melhoras expressivas, principalmente, onde se investiu mais em saneamento básico.”
Questionada sobre o mau uso da água no país, a ministra afirmou que a produção do levantamento já pelo terceiro ano consecutivo é passo fundamental para se identificar as regiões onde o acesso à água é crítica. “Temos muito a fazer ainda, mas sabemos agora que há problemas em áreas específicas”, declarou.
Segundo o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Nabil Bonduki, o levantamento deixou claro que é necessária a elaboração de uma agenda ambiental urbana, porque é perto das grandes cidades onde há pontos de intervenção prioritários.
A ministra ratificou, porém, que é papel do ministério – assim como da Agência Nacional de Águas (ANA, responsável pelo informe), dos ministérios de Ciência e Tecnologia, Integração Nacional, Saúde e Agricultura – cuidar da oferta de água abundante no País.
Ela destaca que, segundo o informe, ações específicas têm de ser desenvolvidas nos rios Paraíba do Sul e Piracicaba, assim como já ocorreu com a elaboração de um planejamento estratégico das bacias do Amazonas e do Tocantins-Araguaia como fundamentais para o melhor aproveitamento da água. “Temos que traduzir essas informações para além desta mesa (onde foi apresentado o relatório)”.
O diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu, acredita que o levantamento de 2011 mostrou que as políticas do ministério do Meio Ambiente têm tido repercussão positiva no uso da água pelo país. Segundo a agência, 90,6% das bacias se encontra em estado satisfatório.
Dados para prevenção de desastres – Para Eduardo Assad, secretário nacional de mudanças climáticas, as informações também são fundamentais para ajudar no direcionamento de investimentos contra tragédias. “Com isso, mortes como as que ocorreram no Nordeste nos últimos dias poderão ser evitadas.”
A ministra Izabella também destacou o uso das informações na prevenção de desastres. “Estamos registrando eventos (climáticos) atípicos e isso mostra a importância maior ainda de se monitorar os recursos hídricos”, diz ela. “Não podemos evitar desastres, mas podemos nos prevenir contra eles e, para isso, é fundamental o acesso de todos a informações.” (Fonte: Danilo Fariello/ Portal iG)